As dunas de Merzouga não eram mais do que uma imagem minguante no empoeirado retrovisor. À frente, as montanhas se aproximavam lentamente, e os picos nevados demarcavam minha próxima parada. Seria mais um longo dia ao volante, em direção à Fez, com uma breve parada no caminho. Tentando decifrar o complexo mapa marroquino, segui por oito longas horas guiando meu pequeno, mas valente Sukuzi pelas montanhas. Contornando as encostas e desafiando desfiladeiros, atingi a elegante cidade de Ifrane, no topo dos Atlas, já ao fim da tarde.
Atingimos o topo da cadeia de montanhas no início da tarde. Logo depois, avistamos surpresos o branco da neve. Apenas algumas horas após deixarmos nossos dromedários descansando em frente ao Riad, estávamos cercados pelo gelo e frio, numa cidade conhecida como a “Suíça marroquina”.
Ifrane é uma pequena cidade encravada na cordilheira dos Atlas. Famosa por sua estação de esqui, foi desenvolvida pelos franceses durante o período de protetorado, sendo escolhida como sede da administração colonial devido ao seu clima agradável (na perspectiva francesa, é claro). Com uma atmosfera claramente européia e tomada por chalés e lareiras, a cidade conta também com um grande palácio de verão do Rei. Recentemente, este mandou construir uma universidade privada com aulas na língua inglesa, em uma parceria estratégica com o governo norte-americano.
(Este post é a oitava parte do relato da minha viagem ao Marrocos, em janeiro de 2011. Acompanhe os trechos anteriores em meus posts mais antigos, e fique atento às novas atualizações)
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